Por Tiago Fruet, Sales Manager da SolarEdge
Todos sabemos que brasileiros são apaixonados por carro, mas como o mercado automotivo pode influenciar o mercado solar? Esta pergunta não possui apenas uma resposta, mas sem dúvidas vai impulsionar a geração própria de energia nos próximos anos.
No Brasil e no mundo, estamos passando por constantes aumentos de preço na cadeia de insumos, principalmente o petróleo, que por consequência eleva o aumento da gasolina. Além disso, a cada ano temos secas e mudanças climáticas que estão afetando a matriz hídrica, nossa principal matriz energética no Brasil, com vários reservatórios em situação crítica, causando o aumento da conta de energia. Segundo a ABSOLAR, o Brasil já ultrapassou a marca de 15 GW em potência operacional da fonte solar fotovoltaica, com isso já ultrapassamos a geração total da usina hidrelétrica de Itaipu. Isso ainda corresponde à uma pequena fatia da matriz enérgica total do país, ocupando hoje a quinta posição.
No mercado automotivo, um levantamento foi divulgado pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), mostrando que a participação nas vendas internas totais de veículos leves elétricos foi de 2,5% no último quadrimestre e com potencial de alcançar mais de 10% até 2025, principalmente porque a cada novo lançamento de carro elétrico, estamos vendo preços mais baixos e maior autonomia. Entretanto, vamos voltar a questão inicial, como isso irá afetar o mercado solar? Vamos exemplificar.
Atualmente os veículos elétricos possuem bateria de 20 a 100 kWh e autonomia de 100 a 500 Km. Se usarmos os dados do Chevrolet Bolt, que possui uma bateria de 66 kWh e autonomia de 416 km, teríamos um consumo de 15,8 kWh a cada 100 km rodados. Uma pessoa roda cerca de 2000 Km/mês, terá um incremento na conta de luz de 316 kWh. Utilizando como exemplo a CPFL Campinas, onde o kWh custa em média R$ 1,04, este cliente terá um incremento na sua conta de luz de R$ 328 para abastecer seu veículo em casa, em contrapartida se fosse um veículo a combustão, teria um gasto médio mês de gasolina de R$ 1.070 (considerado consumo médio de 14 Km/L e preço médio de R$ 7.5 por L de gasolina). Isso levaria em uma economia mensal de aproximadamente R$ 740, podendo variar de carro para caro e de cidade para cidade.
Um detalhe nos veículos elétricos que precisamos levar em conta é o tempo de carregamento. O carregador original de fábrica carrega em média 3.7 kW, levando em média de 8 a 20h para carregamento total do veículo. Vamos refazer este exemplo considerando uma casa com sistema Solar com inversor SolarEdge com carregador de carro elétrico.
Se o cliente optar por instalar a energia solar, irá ganhar duas vezes, pois já terá o desconto em sua atual conta de luz que pode chegar a 95% e este incremento do consumo devido ao carro elétrico de 316 kWh com custo praticamente 0, sem contar o tempo de carregamento reduzido, pois o sistema de carregamento SolarEdge que carrega em 32A e mínimo de 7.4 kW, reduzirá este tempo de carregamento em 2,5x. Portanto teremos uma redução de R$ 1.000 mensais em combustíveis no exemplo inicial.
Por fim, se juntarmos o custo do carro elétrico que a cada ano está mais em conta e até 2025 provavelmente será 50% do custo de um carro a combustão, o cliente que optar em colocar solar em sua residência com sistema de carregamento de carro elétrico SolarEdge e já estiver comprando ou pensando em comprar um carro elétrico, terá seu payback reduzido praticamente pela metade, com o ganho em redução de energia para casa e energia/combustível para o veículo. Neste momento, veremos a grande diferença e mudança no mercado automotivo em sintonia com o solar.