Na visão de muitos analistas de mercado, para o Brasil se tornar uma potência sustentável e líder no mundo, é preciso inverter a lógica de políticas energéticas. Segundo os especialistas, é necessário diminuir subsídios, incentivos e desonerações às fontes fósseis e aumentar o apoio às fontes limpas e renováveis. É nesta direção que o mundo caminha e é isso que a sociedade brasileira e a comunidade internacional esperam de nossos líderes.
Quando se analisa os subsídios pagos pelos consumidores na conta de luz, via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), considerada uma das principais políticas públicas do setor elétrico, a discrepância torna-se evidente. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), dos R$ 32 bilhões que forma arrecadados via CDE em 2022, cerca de R$ 12 bilhões são para custeio de termelétricas fósseis movidas a diesel, ou seja, 37% do total.
Outro quase R$ 1 bilhão foi destinado a subsidiar termelétricas a carvão, uma das fontes mais poluentes do mundo. Resultado: as fontes fósseis possuem mais apoio da CDE do que as fontes renováveis.
Já pelo estudo “Subsídios aos combustíveis fósseis: conhecer, avaliar, reformar”, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), o Brasil deixou de arrecadar em 2021 impressionantes R$ 118 bilhões, usados para subsidiar o consumo e a produção de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural. Isso é mais de três vezes o orçamento do Programa Bolsa Família de 2021, um escândalo.
Por outro lado, o setor solar, incluindo as usinas de grande porte e os pequenos sistemas de geração distribuída já trouxe ao Brasil cerca de R$ 121,6 bilhões em novos investimentos, mais de R$ 38,2 bilhões em arrecadação aos cofres públicos e gerou mais de 720 mil empregos acumulados desde 2012. Com isso, também evitou a emissão de 33,4 milhões de toneladas de CO2 na geração de eletricidade.