A matriz elétrica brasileira é composta por várias fontes: hídrica, eólica, biomassa, gás natural, solar, dentre outras. Apesar do alto custo de produção e danos ambientais, a energia hídrica ainda corresponde a 61 % do total produzido. A concentração é uma mostra do quanto o país ainda precisa caminhar para alcançar um equilíbrio entre as fontes. Falta de incentivos, políticas públicas e interesses particulares estão entre as barreiras que impedem a expansão de energias renováveis no país.
“O que precisamos enquanto país que queria se desenvolver é ampliar, ou diversificar o máximo possível a nossa matriz energética. Não podemos colocar todos os ovos numa cesta só, ficar dependendo de uma, duas ou três fontes. Quanto mais a nossa matriz energética for diversificada, os ganhos econômicos e sociais no país serão imensos”, afirma Carlos da Rocha, diretor de GD e Energias Renováveis do Sindenergia-MT.
Uma dessas fontes renováveis é a energia solar fotovoltaica, que representa apenas 1,2% da energia gerada no país, conforme dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). Ela é considera a mãe das renováveis e uma das mais baratas para o consumidor.
“Ela é a mãe das renováveis por vários motivos. Ela é silenciosa, quando em funcionamento; não utiliza nenhum combustível fóssil, ou seja, é limpa e 100% renovável; é modular, o que permite você aumenta diminuir o tamanho e até transportar para outro lugar em caso de mudança”, avalia Carlos da Rocha.
SOLAR EM MATO GROSSO
Mato Grosso é o 5º colocado no ranking de geração solar distribuída no país, conforme levantamento feito em julho deste ano pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O estado acumula cerca de 63,8% megawatts (MW) de potência instalada, o que representa quase 6,9% da nacional. A capital do estado também está bem posicionada no 6º lugar entre os municípios do país, com 8,9 MW (1%) da geração solar.
O estado tem a tarifa de energia elétrica mais cara do Centro-Oeste e os sistemas de energia solar fotovoltaica para geração elétrica surgiram como uma opção ao consumidor.
Sistema solar cabe no bolso de qualquer pessoa
O custo da instalação de um sistema solar fotovoltaico é acessível para todos os bolsos. Uma das razões para isso é que o valor do investimento pode corresponder ao custo pago em energia hoje e o fato de que o sistema pode ser aumentado conforme a necessidade, pois é modular.
“É um mito a questão de que é um custo alto. Hoje você consegue instalar um sistema solar popular a partir de 5 mil reais. Obviamente que gerando pouco, porém em uma casa popular, normalmente a pessoa tem uma geladeira, quatro pontos de luz e, no máximo, uma televisão, portanto já seria o bastante para atender uma família de até três pessoas. O mito de que é caro depende da referência. Se você comparar com as demais energias, a solar é uma das mais populares e baratas”, explica Carlos.
O sistema simples corresponderia a quatro módulos, das populares placas solares, que juntas gerariam cerca de 160 kWh/mês. O total gerado com o modelo poderia corresponder a mais da metade do consumo de uma família, estimado em uma média de 200 kwh/mês.
A economia obtida por essa família com a geração distribuída, que é quando se produz a sua própria energia, também pode retornar em ganhos sociais.
“Se tenho geração distribuída em Colniza, por exemplo, eu minimizo os investimentos necessários em distribuição em rede. Ao mesmo tempo, gero receita, trabalho, serviços. Você cria uma nova indústria, uma indústria de renováveis. Uma das características da energia solar é que é uma tecnologia democrática. Com ela é possível atender os rincões do Brasil”.
FONTE: iMatoGrosso