Antes ocupado majoritariamente por homens, o setor de energias renováveis tem passado por uma profunda transformação no Brasil. A presença feminina cada vez maior neste segmento, sobretudo em cargos de lideranças de importantes empresas da cadeia produtiva do setor solar, tem alavancado muitos investimentos no País e colaborado para a criação de novos modelos de negócios na área.
Este é o caso da WIN Solar, distribuidora de equipamentos fotovoltaicos e pertencente ao Grupo All Nations. As mulheres nestas empresas representam quase 60% de todo o quadro de colaboradores, sendo que 20% delas ocupam cargos de liderança.
Na WIN Solar, especificamente, a maioria das mulheres estão no departamento comercial. Entretanto, na proporção de mulheres em relação aos homens, a maioria feminina está no setor de logística: 80%, seguido pelo setor de marketing, com 66%, compras, com 50% e pós-vendas, com 40%, além dos demais setores, e da própria diretora-geral, Camila Nascimento, que também ocupa o cargo de coordenadora estadual da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) no Rio de Janeiro.
A diversidade de gênero no quadro de colaboradores da WIN Solar também repercute em resultados práticos nos negócios da companhia. A distribuidora registrou, no último ano, aumento de 80% no faturamento em relação ao exercício anterior, com 160 megawatts (MW) comercializados em kits solares, um resultado acima da própria de média do mercado fotovoltaico brasileiro, que cresceu em torno de 70% no País.
"Muito dessa mudança se deu devido ao ingresso cada vez maior de mulheres em diversos setores do mercado, que até então eram dominados por homens. Isso possibilitou novos pontos de vista, ideias e perfis executivos que tanto colaboram para o avanço do nosso setor", destaca a diretora Camila Nascimento.
De acordo com o relatório publicado pela Agência Internacional de Energias, a proporção de mulheres que trabalham em cargos de tempo integral na indústria solar fotovoltaica é de 40%. A fabricação de equipamentos de energia solar é a área que mais polariza com homens, cerca de 47% da força de trabalho. Fornecedores de serviços e desenvolvedores vêm na sequência, com 39% e 37%, respectivamente, enquanto o percentual é bem mais baixo entre instaladores, com apenas 12%.
Segundo a diretora da WIN Solar, a empresa espera dobrar o volume de vendas até o final deste ano em comparação com o resultado de 2022. “A geração própria de energia solar seguirá crescendo a passos largos, mesmo com as cobranças gradativas da nova lei”, comenta.
“A tecnologia fotovoltaica continua bastante atrativa, já que o preço dos equipamentos cai de forma significativa no mercado internacional e há oferta crescente de crédito para financiamento de projetos, que troca o valor economizado na conta de luz pela parcela da prestação, eliminando assim quaisquer necessidades de recursos próprios para a instalação de painéis solares”, acrescenta Camila.