Segundo um relatório recente da IRENA, o setor de energia renovável gerou 12 milhões empregos no mundo em 2020, com a participação majoritária da fonte solar fotovoltaica, responsável por mais de 3,9 milhões de postos de trabalho, representando um terço do total.
De acordo com o estudo, no quesito igualdade de oportunidades, o setor de renováveis é mais inclusivo e equilibrado em relação ao gênero, com as mulheres representando 32% dos postos, valor significativamente superior ao encontrado no setor de combustíveis fósseis, em que a representatividade feminina é de apenas 21%.
O mundo tem a perspectiva de criação de 42 milhões de empregos até 2050 e, para tal, serão necessárias políticas para promover maior equidade de gênero no setor.
Algumas iniciativas já começam a aparecer: uma delas é a Hypatia, uma rede de relacionamento para mulheres que trabalham no setor de energia com sede em Berlim, Alemanha. Fundada em 2010, hoje conta com 45 membros e atua, por meio de advocacy, por mais equilíbrio de gênero nas empresas do setor.
“Há uma dominância de homens nas empresas de energia, mas há oportunidades de vagas de empregos qualificadas para mulheres, especialmente em grandes companhias”, disse Tina Barroso, co-fundadora da Hypatia, em declarações na imprensa internacional.
Isso porque as empresas de maior porte tendem a ter políticas afirmativas de gênero, já que a diversidade é um atributo que vem sendo mais cobrado por acionistas e grandes investidores, no bojo das questões ESG (ambientais, sociais e de governança).
Segundo Tina, o segmento de renováveis acumula mais trabalhadoras do sexo feminino. Além dos dados da Irena, ela cita estatísticas da Áustria – no país, são 19,3% de mulheres nas empresas do setor de energia, sendo 10,6% em posições de liderança; quando se olha o setor de energias renováveis, os números saltam para 29,6% de mulheres na força de trabalho e 18,2% em posições de liderança.