Em mais uma atualização do cenário macroeconômico, um relatório realizado pela equipe do Santander e apresentado no WIN Xperience destaca poucas mudanças significativas nas projeções para o Brasil. No entanto, a proposta do governo para um novo arcabouço fiscal teve um impacto limitado nas expectativas para o resultado orçamentário e para a trajetória da dívida pública. A principal revisão deste relatório é uma estimativa otimista para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, que foi elevada para 1,0% em relação à projeção anterior de 0,8%.
A revisão positiva baseia-se principalmente no desempenho surpreendentemente forte da atividade econômica no primeiro trimestre de 2023. Esse resultado foi impulsionado por um aumento na estimativa do PIB agrícola e uma leve surpresa positiva nos setores cíclicos, juntamente com a resiliência dos setores de serviços e emprego.
Esses fatores têm implicações mistas para a inflação. Por um lado, uma produção agrícola robusta pode ajudar a arrefecer os preços dos alimentos consumidos em domicílio, com uma projeção de 3,0% em 2023, em comparação com os 13,2% registrados em 2022. Por outro lado, a resiliência do setor de serviços indica pressões contínuas sobre o núcleo da inflação, com uma projeção de 5,3% para a média dos núcleos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), acima da meta de 3,25% do Banco Central.
Dessa forma, espera-se que a inflação do IPCA permaneça acima do intervalo da meta, com projeção de 6% para este ano, uma redução de 0,1 ponto percentual em relação ao cenário anterior, e 3,9% para 2024, mantendo-se inalterada. No que diz respeito à política monetária, espera-se que o Banco Central do Brasil (BCB) adie os cortes de juros, com a previsão de uma redução da taxa Selic a partir do quarto trimestre de 2023.
Em geral, a incerteza macroeconômica continua elevada tanto no Brasil quanto no exterior, o que mantém uma faixa de confiança mais ampla em torno das estimativas apresentadas neste relatório.
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