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Blog de '2022' 'outubro'

Hotel no RJ aposta em energia solar para ampliar políticas de sustentabilidade no estado

 

 

 Os consumidores do estado de Rio de Janeiro têm investido cada vez mais na geração própria de energia solar, com o objetivo de reduzir gastos e ampliar a competitividade de estabelecimentos comerciais.

O novo adepto da tecnologia fotovoltaica é o Hotel Fazenda Vilarejo, localizado em Conservatória, distrito do município de Valença, no Rio de Janeiro. O complexo investiu recentemente cerca de R$ 2 milhões em um sistema solar, que vai abastecer cerca de 80% da energia elétrica consumida no local.

Além da economia nos gastos com eletricidade, o estabelecimento também aposta em medidas mais sustentáveis na operação, já que o hotel se encontra em uma área rica em biodiversidade e tem a missão de criar políticas ambientais para preservação do entorno.

A iniciativa do hotel segue uma tendência no estado do Rio Janeiro. Nos últimos dez anos, a geração própria de energia solar já proporcionou ao território fluminense a atração de mais de R$ 3,2bilhões em investimentos, geração de 17,8 mil empregos e a arrecadação de mais de R$ 783,3milhões aos cofres públicos.

O estado do Rio de Janeiro possui atualmente 68,6 mil conexões operacionais de energia solar em telhados, fachadas e pequenos terrenos. A região conta com 596,1 megawatts (MW) em operação nas residências, comércios, indústrias, propriedades rurais e prédios públicos.

Brasil recebe aprovação para entrar na Aliança Solar Internacional

 

 

A aprovação neste mês pelo Plenário do Senado, do Projeto de Decreto Legislativo 271/2021, sobre a adesão do Brasil à Aliança Solar Internacional (ASI), coalisão intergovernamental que reúne as nações com os melhores recursos solares do planeta, é uma medida estratégica para ampliar o protagonismo brasileiro no uso e desenvolvimento da tecnologia fotovoltaica no cenário mundial.

Na avaliação do CEO da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR), Rodrigo Sauaia, a medida insere o País de forma mais direta no debate para o desenvolvimento da fonte solar no mundo. “A adesão à ASI abre portas para que o Brasil se beneficie de programas e ações multilaterais nas áreas de financiamento, programas de incentivo, políticas públicas, regulação, modelos de negócio, tecnologia e pesquisa e desenvolvimento, entre outras”, comenta.

“O Brasil possui um dos melhores recursos solares do planeta, mas está atrasado frente aos demais países no uso da energia solar fotovoltaica. Fechamos 2021 na 13ª posição no ranking mundial da energia solar, muito aquém do nosso potencial imenso. Nas outras fontes renováveis, como hídrica, biomassa e eólica, o Brasil já é uma liderança global. Assim, precisamos recuperar o tempo perdido e nossa participação plena na ASI contribuirá para que possamos incorporar as melhores práticas internacionais, acelerar o desenvolvimento da fonte solar fotovoltaica em nosso País e nos posicionar como um ator relevante neste setor, cada vez mais estratégico no cenário internacional”, ressalta Sauaia.

Para Ronaldo Koloszuk, presidente do Conselho de Administração da ABSOLAR, a energia solar tem papel essencial na transição para um futuro com baixas emissões de e missões de efeito estufa. “A fonte solar já é a mais competitiva do Brasil e ocupa atualmente a terceira posição na matriz elétrica nacional. A adesão à ASI reflete a pujança e o papel cada vez mais relevante do mercado brasileiro de energia fotovoltaica na geopolítica internacional”, aponta.

A ASI foi lançada durante a Conferência do Clima em Paris (COP 21), em 2015, e posteriormente formalizada em Nova Delhi, Índia, em 15 de novembro de 2016, com os objetivos de: (i) reduzir o custo da energia solar; (ii) mobilizar mais de US$ 1 trilhão em investimentos para a implementação maciça de energia solar até 2030; e (iii) preparar o caminho para novas tecnologias usando o Sol como recurso primário.

Estado do RJ pode ganhar planta de hidrogênio verde no Porto do Acú

 

 

Com a aposta cada vez mais frequente de grandes empresas no desenvolvimento de projetos de produção de hidrogênio verde, tanto no Brasil quanto no mundo, o estado do Rio de Janeiro desponta como um dos locais para a implementação de um complexo nesta área.

O Porto de Açu assinou recentemente um memorando de entendimento com a Neoenergia e a Prumo que prevê a realização de pesquisas para a produção de hidrogênio verde no local. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a utilização de portos que abrigam complexos industriais para a fabricação do combustível tem se tornado uma tendência mundial. A proposta é, com a implantação do hidrogênio verde, tornar possível que os portos utilizem fertilizantes nitrogenados, como amônia verde e aço macio.

Outros portos, como de Pecém (CE) e Suape (PE) também integram os planos para a fabricação de hidrogênio verdade no Brasil. No final de agosto, o porto de Suape fez uma chamada pública para que empresas interessadas em instalar usinas de hidrogênio verde no estado se apresentassem. A alternativa tem sido uma grande aposta para a transição energética do setor portuário, já que o produto pode ser fabricado a partir de fontes renováveis como solar e eólica e não emite gases de efeito estufa.

O hidrogênio verde é produzido a partir de fontes de energia renováveis ou de baixo carbono e tem emissões de carbono significativamente menores do que o hidrogênio cinza, que é produzido pela reforma a vapor do gás natural, que compõe a maior parte do mercado de hidrogênio.

Energia solar vai se tornar cada vez mais comum, diz especialista

 

 

Esta matéria foi publicada por Thiago Felix, na CNN Brasil. Clique aqui e confira a notícia. 

Em entrevista à CNN, o coordenador da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) Guilherme Susteras falou sobre o crescimento da energia solar no Brasil.

O especialista destacou que a área praticamente dobra de tamanho todo ano. “Isso muito por conta do aumento das tarifas de energia e da redução do custo da tecnologia, fazendo com que os sistemas sejam cada vez mais viáveis para o maior número de pessoas e empresas”.

Guilherme apontou que a energia solar tem se democratizado: “Mais de metade dos novos sistemas são investimentos de famílias de classe C e D”.

Entre os benefícios da energia solar, ele destacou que são sociais, econômicos e ambientais. “Redução do uso das termas elétricas, evitar investimento em novas linhas de transmissão e distribuição, redução das perdas, geração de emprego e renda”.

Segundo ele, o Brasil foi 4º país que mais investiu em energia solar no ano passado, no entanto, ainda está abaixo dos 10 países que mais tem energia solar instalada, atrás de países como Coreia do Sul e Vietnã que são muito menores.

Neste ano houve a sanção do novo marco legal da geração próprio de energia. Guilherme apontou ser fundamental que o Ministério de Minas e Energia siga as diretrizes de cálculo para os benefícios da geração solar distribuída.

“Isso é importante porque existe uma discussão sobre como e quanto as pessoas que possuem os próprios painéis solares deveriam pagar para a concessionária de energia pelos usos das redes. Obviamente, elas pedem uma cobrança muito mais alta”.

 

Energia solar chega a 1 milhão de residências no Brasil

 

 

Segundo mapeamento recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a geração própria de energia solar atingiu, no último mês, 1 milhão de telhados fotovoltaicos em residências espalhadas pelo País.

Atualmente, são 13,5 GW de potência instalada da fonte solar, tanto em residências quanto em empresas, propriedades rurais e prédios públicos. Isso equivale a cerca de R$ 73,9 bilhões em investimentos, R$ 17,2 bilhões em arrecadação e 405 mil empregos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do Brasil. A tecnologia solar é utilizada atualmente em 99,9 % de todas as conexões de geração própria no País, liderando com folga o segmento.

A tecnologia solar fotovoltaica já está presente em 5.502 municípios e em todos os estados brasileiros, sendo que os estados líderes em potência instalada são, respectivamente: Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Santa Catarina.

Em número de sistemas instalados, os consumidores residenciais estão no topo da lista, com 78,4% das conexões. Em seguida, aparecem os pequenos negócios dos setores de comércio e serviços (11,8%), consumidores rurais (7,7%), indústrias (1,7%), poder público (0,3%) e outros tipos, como serviços públicos (0,02%) e iluminação pública (0,005%).

Em potência instalada, os consumidores residenciais lideram o uso da energia solar, com 47,4% da potência instalada no País, seguidos de perto pelos pequenos negócios dos setores de comércio e serviços (30,8%), consumidores rurais (13,6%), indústrias (7,0%), poder público (1,1%) e outros tipos, como serviços públicos (0,1%) e iluminação pública (0,01%).

Setor solar espera que próximo governo federal inclua energia fotovoltaica como ferramenta estratégica

 

 

O setor de energia solar espera que o próximo governo federal inclua a energia fotovoltaica como ferramenta estratégica para o avanço econômico, social e ambiental no País. Afinal, a tecnologia já é a terceira fonte na matriz elétrica brasileira, com cerca de R$ 100 bilhões em investimentos desde 2012, mais de 570 mil empregos acumulados e uma arrecadação de R$ 27 bilhões aos cofres públicos.

Os especialistas reforçam a necessidade de medidas que contemplem a redução da conta de luz de todos os brasileiros e, ao mesmo tempo, impulsione a tão desejada transição energética a partir de fontes limpas, renováveis e competitivas, a fim de cumprir os compromissos internacionais assumidos no combate climático.

Uma das medidas recomendadas pelo setor é o tratamento justo e equilibrado da geração própria de energia solar, considerando todos os seus benefícios, conforme determina a Lei nº 14.300/2022 (marco legal do segmento). Em paralelo, também esperam avanços e melhorias no planejamento da matriz elétrica brasileira e de sua infraestrutura de transmissão.

Outros temas estratégicos para a modernização do setor elétrico incluem o armazenamento energético por baterias, os sistemas híbridos de geração renovável, hidrogênio verde e implantação e estímulo ao mercado para a venda de crédito de carbono brasileiro.

 

Energia solar cresce, mas frustra quem esperava 'corrida do ouro'

 

 

Essa matéria foi originalmente postada pelo veículo Folha de São Paulo. Clique aqui e leia.

 

Um crescimento acima de 50% m pouco mais de seis meses não é exatamente um resultado ruim, mas é considerado frustrante por quem esperava mais do que dobrar o volume de negócios. Para distribuidores e instaladores de equipamentos de energia solar no Brasil, a expectativa era viver, em 2022, uma espécie de corrida do ouro pelos sistemas.

Ao fim do terceiro e penúltimo trimestre do ano, o quadro se desenhando é mais modesto.

Além do que o setor considera ser a grande vantagem do sistema - o uso de fonte gratuita e abundante do Brasil, o sol -, há o calendário: instalações registradas a partir de 7 de janeiro de 2023 passarão a pagaruma taxa pelo uso da rede de distribuição.

Para quem já tem um sistema de geração de energia local e para aqueles que fizerem o pedido de acesso até o dia 6 de janeiro de 2023, essa taxa, chamada de Tusd B (tarifa de uso dos sistemas de distribuição), ou fio B, ficará isenta até 2045.

A alta de juros e a eleveção do endividamento são vistos como dois fatores que contribuíram para o crescimento abaixo das projeções.

O financiamento dos sistemas de energia solar são considerados fundamentais ao acesso aos sistemas, uma vez que ele tem um custo inicial elevado, entre R$16,6 mil e R$22 mil, segundo simulações do Portal Solar para um sistema residencial que substitua um gasto mensal de R$500 com a conta de luz.

Com juros maiores (a Selic está em 13,75% ao ano), o crédito fica mais caro. Ao mesmo tempo, o aumento do endividamento eleva o risco e reduz as condições de famílias acessarem as linhas.

Fonte: Portal Solar

 

 

Fonte: Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica)

 

 

 

Ronaldo Koloszuk, presidente do conselho de administração da Absolar (Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica), diz que houve aumento na procura nos últimos 30 a 60 dias, melhorando as expectativas para o encerramento de 2022. "Todo o mercado esperava um ano inteira muito acelerado e errou neste sentido", diz.

De janeiro a agosto, a média de crescimento mensal, em megawatt, está 57,2% maior do que o mesmo período do ano passado. A potência acumulada está em 12,7 gigawatts. Um ano antes, estava em 7,4 gigawatts, um crescimento de 71%.

A projeção feita pelo setor em janeiro, porém, era acumular 25 gigawatts até dezembro, considerando toda geração solar (a centralizada e a distribuída). Somente na distribuída (que é a dos telhados), a expectativa é chegar 17 gigawatts.

 

 

SELIC EM ALTA E ELEIÇÕES AFETAM RESULTADOS, AFIRMAM EMPRESAS

Rodolfo Meyer, do Portal Solar, acredita que o ano eleitoral também afetou a decisão sobre investimentos. Depois de um primeiro trimestre que indicava aceleração, a guerra da Ucrânia, aantecipação da campanha eleitoral e a elevação da Selic foram freios relevantes.

Por isso, aposta em uma alta de pedidos em novembro e dezembro, com os quadros eleitorais já definidos. "Parece que está esquentando. E claro que 57% de crescimento não é mal."

Na WIN Solar, que distribui equipamentos solares, a diretora Camila Nascimento contabiliza, no primeiro semestre, resultado superior a todo ano passado. "Infelizmente, pelo aumento da Selic, houve queda no interesse pelo financiamento. Se não tivesse ocorrido isso, teria havido corrida maior."

Enquanto em 2021 os preços dos equipamentos preocupavam o setor, neste ano há estabilidade. Os fretes marítimos, que passavam de US$10 mil (cerca de R$54 mil) há dois meses, já recuaram para o patamar de US$5.000 (cerca de R$27mil).

O setor também está isento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e, com isso, fica dispensado de pagar ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços). Praticamente todas as partes do sistema fotovoltaico são importadas - e quase tudo vem da China.

 

SISTEMA AINDA SERÁ VANTAJOSO APÓS 6 DE JANEIRO

O início da cobrança pelo uso da rede de distribuição foi previsto pelo marco legal da geração distribuída, a lei nº14.300, publicada no Diário Oficial da União no dia 7 de janeiro de 2022. A regra diz que solicitações de acesso nos 12 meses seguintes à publicação da lei manteriam a isenção da taxa pelo uso do fio até 2045.

Depois que o sistema para geração de energia solar é comprado, o consumidor, em geral por meio do integrador contratado para o serviço, solicita à distribuidota de energia o acesso à rede. Para usufruir da isenção da Tusd B, é necessário ter o protocolo desse pedido registrado até o dia 6, mesmo que o sistema não esteja instalado ainda.

Rodolfo Meyer, do Portal Solar, e Ronaldo Koloszuk, da Absolar, defendem que a geração distribuída continuará vantajosa, mesmo com o início da cobrança. A Tusd B corresponde a um percentual médio de 28% da tarifa convencional.

A partir do ano que vem, a cobrança será escalonada até chegar à integralidade (os cerca de 28% da tarifa convencional) em 2029. Koloszuk diz que o impacto médio deve ser de 4% a cada ano. Com isso, a energia excedente que vai para a rede distribuidora passa a gerar um abatimento menor, pois javerá a cobrança do fio.

"Deixa de ser atrativa? Não, especialmente se você comparar com qualquer aplicação bancária", afirma Koloszuk. Para Meyer, a inflação da energia elétrica convencional também joga a favor do sistema de geração solar.

"Em sete anos, a cobrança vai ser de aproximadamente 4,2% ao ano para quem não tiver o benefício [da isenção por mais tempo]. A inflação está acima disso. Se você comparar com uma inflação da energia de 5% ano ainda valeria a pena", afirma. Ele defende também que a cada ano os sistemas ficam mais eficazes e, com isso, mais baratos.

Atualmente, a energia elétrica residencial acumula queda de preço (recuo de 12,86% em 12 meses até agosto, segundo IPCA), após uma combinação de fatores conjunturais, sazonais e políticos. O nível dos reservatórios subiu a partir do fim do primeiro trimestre do ano e a bandeira de escassez hídrica, que cobrava R$14,20 por cada 100 kWh (quilowatts-hora) desde setembro do ano passado, foi encerrada.

Em junho, uma lei também definiu a devolução do ICMS sobre o PIS/Cofins na conta de luz que deve resultar em ajutes menores pelas concessionárias.

Brasil ultrapassa 100 mil veículos elétricos vendidos e pode chegar a 950 mil em 2030

 

 

 

Mapeamento recente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontou que os veículos elétricos e híbridos que circulam no País ultrapassaram a marca de 100 mil unidades neste segundo semestre de 2020. A expectativa, segundo projeções da consultoria especializada no setor automotivo Bright Consulting, é de que o País tenha cerca de 950 mil automóveis eletrificados em 2030.

Atualmente, a frota mundial de veículos elétrico é 24,8 milhões de unidades, sendo que o total de carros em todo o mundo é da ordem de 1,47 bilhão. Portanto, a participação é ainda bem pequena dos elétricos, de apenas 1,7%.

Na visão de especialistas, um dos principais fatores que devem impulsionar as vendas de veículos elétrico é a necessidade crescente de redução da emissão de CO2 nos centros urbanos. No mundo, estudos apontam para um aumento de 10% na comercialização desses veículos este ano para 18% em 2025 e 32% em 2030.

Porém, especialistas alertam que esse crescimento deve ser acompanhado pelo avanço das redes e pontos de recarga espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. O caminho para o transporte ter impacto zero na emissão de CO2, na visão do setor, ainda levará um certo tempo, mas a trajetória está dada.

Com tecnologia brasileira, SC cria ônibus 100% movido a energia solar

 

 

Esta matéria foi publicada pelo UOL. Clique aqui e confira a notícia.

Você já ouviu falar em um ônibus que opera sem um pingo de combustível fóssil? Pois a novidade já está na praça, graças a pesquisadores de Santa Catarina. Abastecido por energia solar, o veículo, que tem um protótipo batizado de eBus, é o primeiro dos elétricos com bateria totalmente carregada com energia solar. Com o apoio de três empresas e tecnologia 100% brasileira, o ônibus já rodou mais de 100 mil quilômetros até agora.

A iniciativa é fruto do laboratório de energia solar fotovoltaica da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), inaugurado em 2015 com recursos públicos do MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), e que fica localizado no extremo norte da ilha de Florianópolis.

A Ecoa, o professor Ricardo Rüther, que integra a equipe de criação do ônibus, relembrou o começo da pesquisa. Devido à longa distância (26 km) entre o campus central da UFSC e o Sapiens Parque, onde fica o laboratório, surgiu a ideia de construir um ônibus sustentável para fazer o transporte da equipe de pesquisadores.

"Foi assim que surgiu a proposta de construir um ônibus elétrico 100% alimentado por energia solar, para fazer o transporte de nossa equipe entre o campus central da UFSC e o laboratório. O projeto foi denominado 'Deslocamento Produtivo', com o eBus projetado para transportar apenas passageiros sentados, com ar-condicionado e wi-fi, duas mesas de reunião e tomadas em todas as poltronas", destaca.

Segundo Rüther, como o recurso do projeto foi financiado pelo mesmo MCTI que também custeou a construção do laboratório, foi necessária uma licitação para a produção do eBus, dentro das condições estabelecidas pela equipe da UFSC.

"A empresa vencedora foi o consórcio WEG/Marcopolo/Eletra. O eBus foi construído ao longo de 2016 e entregue em dezembro daquele ano. Começou a operação regular em 2017, realizando cinco viagens por dia, rodando 40 mil km por ano entre os anos de 2017, 2018 e 2019. No início de 2020, no entanto, com a pandemia da covid-19, o eBus foi estacionado na garagem do Sapiens Parque (um parque de inovação em Florianópolis) e ficou parado até o início deste ano, quando retomamos o projeto, completando os 120 mil km rodados - o equivalente a três voltas na terra", explica o professor.

O projeto, ressalta o educador, ilustra bem a robustez de um ônibus elétrico, com os 120 mil km já rodados, bem como a pujança da indústria brasileira, que construiu em menos de 12 meses um veículo totalmente nacional, em que os únicos componentes importados são as baterias de lítio, vindas do Japão. "Como toda a energia utilizada para carregar o eBus vem dos telhados solares do laboratório, podemos afirmar que ele é 100% solar."

Relatório projeta crescimento do hidrogênio verde para o avanço da segurança energética no mundo

 

 

De acordo com o recente relatório da Agência Internacional de Energia (AIE), publicado no mês de setembro deste ano e intitulado Global Hydrogen Review, o hidrogênio e os combustíveis derivados, produzidos a partir de fontes renováveis como solar e eólica, podem contribuir tanto para o combate climático quanto para a segurança energética das nações e setor produtivo no mundo.

A projeção, segundo o estudo, é de um crescimento acelerado da fabricação de eletrolisadores a partir de projetos-pilotos desenvolvido ao redor do globo, incluindo o Brasil. Com tais projetos, a Agência Internacional de Energia traz a expectativa de um incremento de 290 gigawatts de capacidade instalada nos próximos anos.

De acordo com o relatório, os desenvolvimentos que podem apoiar a transição para energia limpa incluem um aumento esperado de seis vezes até 2025 na capacidade global de fabricação de eletrolisadores, necessários para produzir hidrogênio de baixa emissão a partir de fontes renováveis.

Uma das principais demandas pelo hidrogênio verde tem sido originada pela crise energética global, causada pela guerra da Rússia na Ucrânia. Segundo o relatório da AIE, ao todo, a demanda global pelo combustível atingiu 94 milhões de toneladas no último ano de 2021, um crescimento importante em relação às 91 milhões de toneladas em 2019.

Por fim, o relatório também apresenta uma lista de recomendações de iniciativas e políticas para construir as estruturas e criar a demanda necessária para incentivar o investimento em hidrogênio de baixa emissão, inclusive nos eletrolisadores e tecnologias de captura de carbono necessárias para produzi-lo.