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Blog de '2022' 'setembro'

Professores criam desidratador de alimentos movido por energia solar em Teresina; projeto estimula produção agrícola

 

 

Esta matéria foi publicada pelo G1. Clique aqui e confira a notícia.

Os professores da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Alexandre dos Anjos e Adriana Galvão desenvolveram, há mais de quatro anos, um desidratador de alimentos movido por energia solar. A criação culminou na abertura de uma startup. Nessa terça-feira (30), a série Universo de Oportunidades destacou a tecnologia como importante aliada à produção agrícola do estado.

Na horta comunitária do assentamento Ave Verde, localizado na Zona Rural de Teresina, 34 famílias cultivam hortaliças como cheiro verde, alface, açafrão da terra, hortelã. Parte dos alimentos é destinada à merenda de instituições escolares e mercados da Zona Norte da capital.

desperdício na produção rural, no entanto, era um grande desafio para as famílias. A realidade começou a mudar com a adoção do desidratador de alimentos criado por Alexandre e Adriana.

A máquina consiste em um painel de aquecimento de cor preta, onde o ar atmosférico penetra e segue até uma câmara, em que são armazenadas bolsas com as hortaliças. Em aproximadamente 36 horas, os alimentos perdem toda a umidade.

“A gente começou despretensiosamente, mas a qualidade dos produtos que saíam da máquina nos levou a encubar uma empresa dentro da UFPI e agora estamos com uma startup bem estabelecida e já estamos buscando novos mercados pra aplicar essa tecnologia no importante aspecto que é a diminuição de desperdício e agregação de renda”, contou Alexandre.

O casal também orienta como picar as hortaliças para desidratar e transformar, em seguida, em temperos saudáveis.

“O alimento é colhido ainda viçoso, ainda bonito da horta, então não tem aquele estigma de que o alimento desidratado é o estragado. A gente pensa em colher antes de perder e faz todo o mecanismo de produção, desidratação e empacotamento”, destacou Adriana.

No setor da agricultura, o Piauí é destaque na produção de grãos. Somente este ano, mais de 6 milhões de toneladas, sobretudo de milho e soja, foram produzidas no estado. A previsão é que a atividade gere, até dezembro de 2022, uma receita de mais de 14 bilhões de reais.

“Cerca de R$ 9 bilhões são referentes à soja e R$ 3 bilhões referentes ao milho, principalmente cultivado no cerrado. Isso mostra as forças que essas culturas têm”, comentou o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja), Rafael Maschio.

Na pecuária de corte, após investimentos em melhoramento genético, o estado também tem conquistado reconhecimento.

Os empreendedores rurais Ricardo Aboud e Rossana Aboud utilizou uma terra familiar de 20 hectares para cultivar duas espécies de capim e criar gado.

 “A gente partiu de uma meta que pensávamos ser atingível. Tudo se dimensionou a partir disso. Esse foi o primeiro passo, colocar no papel qual seria o layout físico da propriedade. Nós olhamos pra uma série de fatores, como tecnologia disponível no mercado, necessidade ou não de irrigação, qual seria a área que a gente dedicaria ao capim de corte, ao capim de pisoteio”, revelou Ricardo.

Para garantir a eficácia do negócio, o casal buscou orientações do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que evidenciou, por exemplo, a relevância de um bom investimento na qualidade do produto final.

Logo, Ricardo e Rossana decidiram apostar no curral semicircular, que possibilita o manejo dos bovinos com mínimo estresse.

“Partindo dessa diretriz do bem estar animal foi que nós estruturamos tudo. O gado, quando tá em boas condições, produz um bom produto. É isso que a gente acredita. Então a gente pensa em uma água sempre limpa, uma comida fresca, manejos sanitários todos em dia”, declarou Rossana.